quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Compaixão 18/12/09

Um ônibus a tarde, num banco ao lado,
tava lá, um sujeito que era bem estranho,
estava até bem vestido, mas bem estranho
fazia sons como se rosnasse, garganteava,
frenético, esfregava uma perna na outra,
queria que parasse, aquilo me agoniava,

puxei o caderninho para algo ver e vi,
muitas palavras fáceis e descartáveis,
e o tal do sujeito agora interessado,
se pôs a olhar no meu caderninho,
que assim como o lapis, ficou pesado,

até encontrar, as palavras versadas:
...compreendi...fácil fácil chegaria...
...mais alto... resistiria...com abraço...
e como um filho herda de seu pai,
os momentos herdam a magia...

o sujeito levantou, não mais o de antes,
não o via mais tão estranho, um irmão,
desiludido por tamanha falta de coração,
e por ele senti sua dor, também sofri, dó,
desejei menor ilusão pelo material e mais...

antes de sair, voltou a olhar o banco,
procurou talvez o passado, e me olhou,
me viu também a procurar, então...
compreendeu, que no irmão, pode contar,
e me acenou, com um sorriso no olhar.

2 comentários:

Costa H. disse...

gostei!!!! =)

Pedro Paz disse...

po, valeu!!
muit muito bonito...
e muuito real...
certo de haver acontecido!